Bonvenon (pt) – BabiBEJO EP1

No nosso primeiro episódio, entrevistamos Querino Neto, atual presidente da BEJO. Ele nos contou um pouquinho sobre o que é o esperanto e como aprender, sua experiência no movimento e muitas outras coisas!

Ouça o episódio completo a seguir.

Se desejar, acompanhe também a transcrição do episódio.

Transcrito por: Raissa Lizieri

[Helena]: Olá, sejam muito bem-vindas, bem-vindos, bem-vindes, meu nome é Helena e esse é o BabiBEJO!

(Música de introdução)

[Helena]: Aqui traremos várias dicas de cultura geral, ciência e qualquer outro tema que vocês tiverem interesse de ouvir relacionado ao Esperantujo. Agora se você nem sabe o que é Esperanto, fica tranquilo! A gente vai explicar um pouquinho melhor nesse episódio. Falando nisso, no episódio de hoje, para começar bem a temporada, trouxemos Querino Neto, atual presidente da BEJO. Querino, por favor, apresente-se!

[Querino]: Sou Querino Neto, atualmente trabalho como professor de oratória e secretário jurídico parlamentar da assembleia legislativa daqui do estado de Alagoas. Moro na capital, em Maceió, tenho 23 anos.

[Helena]: É sempre um prazer te receber. Então vamos começar: Querino, conta um pouquinho pra gente o que que é o Esperanto.

[Querino]: Boa pergunta! O esperanto é uma língua criada em 1887 por um judeu que vivia numa cidade chamada Białystok, na região que hoje corresponde à Polônia, e é uma língua planejada, é a língua planejada com mais êxito, com mais falantes no mundo, é uma língua viva, diferente do que muitas pessoas acreditam, e que nasceu com o ideal de unir as pessoas em torno de uma língua em comum. Então hoje nós temos pessoas de países distintos se comunicando por meio de uma língua que na verdade representa uma violência linguística, uma violência imperialista – nós podemos dizer assim também – que faz parte, na verdade, da nossa história. Hoje nós também falamos português graças a uma violência, graças a uma violência étnica, entre povos, de dominação, de processo de aculturação, de etnocídio, né? E isso também acontece a níveis mundiais, hoje o aumento da incidência de falantes de língua inglesa corresponde também à expansão dos Estados Unidos e do sistema capitalista de forma geral, que faz com que esses processos de globalização vão fazendo com que os países menores, os países dependentes – como eu costumo chamar academicamente – eles precisem se relacionar culturalmente de uma forma subserviente, isso se reflete também na língua, mas também nos nossos consumos, nos nossos costumes, na nossa forma e estilo de vida também. Só que a língua, na verdade, para mim acaba tendo pouca visibilidade, né? Nós falamos muito pouco. Então hoje quando nós falamos sobre domínio linguístico, nós costumamos lembrar apenas do inglês, nos esquecemos como o português ainda hoje tem também praticado violência diante das línguas indígenas no Brasil, existem povos indígenas no Brasil, né?! E esse processo vai perdendo visibilidade na medida em que o sistema econômico capitalista vai ganhando força mundialmente. Então essa ofensiva vai acontecendo, e nós vamos deixando de pautar coisas importantes.

O Esperanto nasceu, óbvio, sem toda essa coisa política que eu estou narrando agora, mas nasceu justamente como uma tentativa de que exista uma língua comum para todos os povos, e que essa língua não pertence a nenhum povo em específico, mas a toda a humanidade. É uma língua que pertence, existe um pertencimento da humanidade, da coletividade como um todo, rompendo com as barreiras étnicas e geográficas que nós temos hoje em dia.

[Helena]: Entendi. E como que foi o seu processo de aprendizado do Esperanto?

[Querino]: Eu comecei a aprender Esperanto em 2012 através de um amigo em um jogo na internet que me apresentou, ele estava num momento de início de aprendizado também e eu me interessei, né? Gostei da proposta e comecei a aprender da minha forma, que é uma forma um pouquinho esquisita. Não gosto muito de rotina de curso, não gosto muito de livros didáticos gramaticais, etc, então eu fui entrando em comunidades, vendo como as pessoas falavam e tentando, com a minha cara de pau, falar também, com muitos erros e tal. Em 2016 eu participei do meu primeiro evento relativamente grande assim de Esperanto, foi o congresso nacional de Esperanto, foi o congresso brasileiro, o BKE, foi onde eu conheci a juventude e de lá pra cá eu comecei a me engajar, de lá pra cá eu não parei de assumir funções dentro do movimento, não parei de cumprir tarefas, porque me senti realmente abraçado pelo movado (movimento).

[Helena]: Caramba, que bacana, Querino! E quais foram essas funções que você começou a assumir, de quais organizações esperantistas você participou desde que entrou no movimento?

[Querino]: Eu comecei na BEJO em 2016, comecei indo, na verdade, como membro, fui ao Congresso Brasileiro de Esperanto como membro e eu tava concorrendo ao concurso BEJO-ataŝeo, que é um concurso da BEJO que leva jovens para outro país para cumprir atividades diplomáticas. Eu concorri, a organização pagou, a BEJO é a Organização da Juventude Esperantista Brasileira, é a entidade que representa os nossos jovens aqui no Brasil, os jovens de até 29 anos de idade. E aí a organização pagou a minha viagem para ir para o congresso que aconteceu lá em Manaus. Quando eu fui, eu concorri e fiquei em 2º lugar, quem ganhou foi o Lucas Barbosa, que infelizmente não está mais entre nós hoje em dia. E de lá para cá eu fui assumindo funções, então lá eu fui eleito suplente do conselho fiscal da organização, mas a diretoria passou por uma questão interna em que o secretário precisou se demitir, e naquela busca por secretário, etc, alguém que cuidasse das redes sociais, que fizesse as atas, etc, eu acabei assumindo essa função. Então do meio de 2016 até 2017 eu fiz isso. Em 2017 eu assumi oficialmente, eu fui no congresso lá em Sorriso, no Mato Grosso e assumi oficialmente a função de secretário. Depois no mesmo ano eu entrei na TEJO, que é a organização mundial dos jovens esperantistas. Entrei na TEJO e assumi a coordenação de educação e no mesmo ano eu fui selecionado pela TEJO para ir para o congresso internacional da juventude esperantista, o famoso IJK, eu fui, eles pagaram a minha passagem também, eu fui para o Togo, na África, primeira vez que viajei para fora do Brasil. Ali eu comecei a me engajar na TEJO também, então entrei dentro do comitê da TEJO, que é a instância superior da organização, é o comitê que elege a diretoria, que toma as decisões mais importantes e eu fiquei lá como representante do Brasil. De lá para cá, quando eu voltei da África, eu me senti assim obstinado a assumir a presidência da BEJO, que seria no ano que vem, dali a 1 ano teria a eleição e a gente não sabia ainda quem assumiria a presidência e eu era o secretário. Então eu articulei com a diretoria, quando eu voltei para o Brasil, comecei a articular a diretoria e em 2018 eu fui para o Congresso Brasileiro de Esperanto em Curitiba, no Paraná e fomos eleitos. A minha diretoria foi junto com a Karina Oliveira, Luana de Mello e o Emerson dos Santos. 2018 eu também fui para a Europa, viajei também graças à TEJO, fui assumindo outras comissões, então assumi na TEJO a comissão de ações nacionais e especiais, que é a comissão que cuida basicamente do contato entre a diretoria internacional e suas regionais, e suas associações nacionais, na verdade. Então o contato com o Brasil, o contato com os países da Europa e suas respectivas juventudes. Isso aconteceu em 2018 ainda, e eu fiquei assim até em 2020 aproximadamente. Em 2019 eu voltei à Europa, também para cumprir tarefas da TEJO. Basicamente eu atuei na BEJO, na TEJO e em 2019, em Goiânia, no congresso, eu assumi a vice-presidência da Liga Brasileira de Esperanto, eu acredito que foi uma experiência muito nova para mim, porque eu até então eu estava só habituado a atuar na juventude, então quando disseram: “olha, você vai para a, você vai para uma tarefa que não é de jovens, cuidar do movimento nacional e na vice-presidência”, eu ainda titubeei, mas acabei aceitando. Estou nela oficialmente, embora tenha pedido licença para me retirar das atividades. Foi isso que é minha trajetória. No final de 2019, comitê da TEJO me elegeu como secretário-geral da TEJO e eu fiquei até abril de 2020, quando eu oficialmente me demiti por questões internas. Então eu assumi diretoria na BEJO, né? Onde eu estou até hoje na presidência. na BEL (Brazila Esperanto-Ligo) eu assumi vice-presidência e na TEJO eu assumi até a secretaria-geral.

[Helena]: Bom, dá para perceber que o Esperanto é extremamente amplo, a gente tem diversas organizações, entidades, movimento que a gente pode participar dentro do Esperanto. É muito mais do que isso, o Esperanto não é um acumulado de regras gramaticais, hoje a gente tem uma cultura muito forte no Esperantujo, a gente tem livros, a gente tem músicas, filmes produzidos em Esperanto…

[Querino]: Sim, isso é muito interessante porque é uma cultura que vai sendo alimentada com as culturas, com as frações de culturas de povos de diferentes lugares, que já tem diferentes culturas. Então hoje o Esperanto mais do que nunca está vivo, as pessoas ainda na academia se esquecem disso, ou simplesmente ignoram que o Esperanto é uma língua viva, quando a gente fala com os nossos professores, eles falam: “não, o Esperanto é uma língua que ninguém fala, o Esperanto é uma língua que já morreu”, mas cada vez mais estão surgindo cursos de Esperanto, cada vez mais existem muitas originalmente compostas em Esperanto, livros tanto originalmente escritos quanto livros traduzidos para o Esperanto e existe de fato esse sentimento que temos essa cultura internacional. Então quando a gente fala assim sobre música, por exemplo, nós podemos ouvir músicas que tanto foram escritas por cubanos, quanto por pessoas do Togo, do Benim e não conseguimos identificar um gênero específico ou uma tendência específica, porque há uma contribuição coletiva, isso se reflete também nos nossos encontros, né? Quando nós vamos a um Congresso Universal de Esperanto, que é o congresso da Associação Universal de Esperanto, o congresso oficial acontece todos os anos, nós temos uma parte do evento que se chama Movada Foiro (Feira do Movimento), que é uma feira do movimento em que cada país, cada associação monta uma banquinha para mostrar roupas, para mostrar acessórios para mostrar comida dos seus países, informativo sobre como anda o movimento naquela associação nacional. Então nós nos sentimos cada vez mais pertencentes a uma cultura internacional de verdade. E o mais legal disso, já pegando um gancho do que falei na última pergunta, é que é uma cultura internacional sem que haja essa interferência colonialista, essa interferência de dominação que existe no mundo fora do esperanto, então quando a gente vai para fora do Esperanto e vai consumir música, nós temos um monopólio da indústria musical, quando nos vamos consumir cinema, existe um monopólio da indústria do cinema, né? Hollywood, que nada reflete nosso modo daqui no Brasil, o meu modo de vida do nordeste brasileiro, então consumimos mesmo assim. E dentro do Esperanto, não! Além de existir essa liberdade de que as pessoas consumam sem essa interferência colonialista, existe também uma liberdade de construir isso, então constantemente não apenas enquanto diretor, não por ter sido diretor internacional, mas por ser um membro, um esperantista ativo na comunidade, eu estou sempre traduzindo textos, colocando artigos na Wikipedia para que as pessoas conheçam do outro lado do mundo quem foi minha escritora favorita: Clarice Lispector. E quando antes eles teriam acesso à informações sobre uma escritora que veio para o Brasil, se criou no Brasil, mas tem origem ucraniana, viveu em Pernambuco, se mudou pro Rio de Janeiro, quando antes eles teriam oportunidade de conhecer sobre isso, se Clarice Lispector não faz parte do mainstream? Clarice Lispector não faz parte do que vende hoje na indústria musical, no pop internacional, nos livros de best sellers, Clarice não está além dos best sellers brasileiros, então as pessoas de Nova Iorque não leem Clarice Lispector, não conhecem Clarice Lispector, e através do Esperanto eu consigo não apenas consumir, mas construir essa possibilidade.

[Helena]: E você acha que essas experiências tiveram algum impacto na sua vida?

[Querino]: Sem sombra de dúvidas. Tem uma experiência em específico que eu vivi, que eu não teria oportunidade de viver se não fosse graças ao Esperanto. Na minha primeira viagem para fora do Brasil, quando eu fui para a República do Togo, lá na África, eu fui com muitas inseguranças, com muitos medos, porque “poxa, eu vou para um país que não é tão conhecido, as pessoas quando viajam, elas viajam para Europa.” Eu fui para um país na África, né? Na costa africana e não era, não conhecia muito, não sabia muito sobre a cultura de lá, sobre música de lá, etc. Fui muito bem acolhido, o congresso foi muito bom, tinha pessoas de diversas partes do mundo e nós fizemos um passeio lá que me marcou muito, nós fomos para uma senzala, nós fomos para uma senzala, né? Aquele país foi um país colonizado, então houve aí durante alguns séculos passados todo esse processo de escravização das pessoas de lá. Nós fomos para um bairro lá dentro de uma cidade onde ficava a casa dos escravos. O lugar se chamava “Porto Seguro” em português, inclusive! E aí quando eu fui ler sobre a história daquele local, que ficava na região costeira, eu descobri que os portugueses dominaram ali, escravizaram aquelas pessoas e como ficava perto do mar, do oceano, essas pessoas que estavam sendo escravizadas iam para as colônias portuguesas, e uma dessas colônias era o Brasil, então nós aqui no Brasil aprendemos sobre a nossa história sempre remetendo ao fato de que as pessoas escravizadas e os nossos colonizadores vieram para cá. E eu tive a oportunidade de ver o outro lado da história, que é o lado das pessoas que FORAM para o Brasil. Eu estava lá na África, as pessoas eram arrastadas daquela casa. Inclusive eu entrei tanto na casa grande que ficava em cima e existia uma espécie de sótão, enfim, que ficava na região inferior da casa. Eu entrei nessa região, eu entrei nesse lugar, senti todo aquela energia pesada, e quando eu descobri isso, eu pensei “poxa, pessoas moravam no lugar onde eu estou agora e elas foram para o Brasil e perderam suas famílias e perderam suas histórias, perderam suas identidades, perderam suas vidas para beneficiar, enfim, para subserviência a um povo colonizador”. Então eu nunca antes teria, nunca antes imaginei isso, também nunca teria a oportunidade de ver pessoas INDO, não VINDO para o Brasil. Mas indo para o Brasil para perder toda sua identidade, todas as coisas que construíram ao longo, enfim, de décadas, séculos de história de um povo.

[Helena]: E de todas as coisas que o Esperanto te proporcionou, seja desenvolvimento intelectual, seja desenvolvimento interpessoal, qual você acha que foi a melhor coisa?

[Querino]: Sem sombra de dúvidas foi a oportunidade de eu descobrir em mim a minha missão de vida. Hoje todas as coisas que faço, de uma forma ou de outra, acabam tocando no fato de eu ser esperantista. Então hoje eu sou professor de oratória, estou politicamente engajado e o Esperanto me influenciou muito nisso, para que eu abrisse os olhos para nossa realidade. As minhas pesquisas acadêmicas acabam sendo influenciadas pelo fato de eu ser esperantista. Hoje meu principal objeto de pesquisa na academia é sobre o nosso modo de produção capitalista numa relação de independência. Então existem economias centrais e economias dependentes, nós no Brasil somos uma economia dependente e eu justamente fui levado a isso pelo fato de que o Esperanto me proporcionou ver sobre novas, novos povos, novas culturas e relações econômicas também, político econômicas que influenciaram isso. E graças ao Esperanto eu acabei, enfim, dando muitas palestras, tendo visibilidade enquanto figura pública de certa forma. Eu fui, inclusive, em 2018 na Espanha para conduzir um curso sobre igualdade de gênero e direitos humanos, essa foi para mim uma das experiências mais incríveis da minha vida, não só da minha ação dentro do Esperanto, em meu ativismo, mas da minha vida inteira. Isso tudo influenciou para que hoje eu trabalhasse com o que eu trabalho. Então acho que eu me tornei uma pessoa mais humana, me tornei uma pessoa mais politicamente engajada e me tornei também uma pessoa consciente de problemas sociais que antes eu sabia, mas tinha uma distância em relação a eles, então verificar por exemplo questões relacionadas à pobreza, a miséria, ou até mesmo a ODS número 5 da ONU, objetivo de desenvolvimento de sustentável sobre igualdade de gênero. Antes para mim essas questões sempre foram importantes, mas elas eram muito distantes. E dentro do movimento esperantista, eu consigo compreender hoje que o problema do outro também é o problema meu, eu vejo essa realidade na minha frente com meus próprios olhos e consigo me engajar dentro do movimento e fora dele para lutar contra todas essas formas de dominação, exploração, etc.

[Helena]: E por último, para finalizar, o que você sugeriria que se interessou pelo Esperanto, que quer aprender, mas não sabe por onde começar.

[Querino]: Tá, nós temos hoje dentro da BEJO muitos projetos, um deles é um projeto educacional: o Projeto Kontakto. Existem hoje muitas plataformas que ensinam esperanto, o Lernu.net, o Duolingo também, no Brasil nós temos o programa Mia Amiko. Todos esses, todas essas plataformas hoje facilitam o aprendizado do esperanto. Mas o que eu recomendo é que o jovem hoje, independentemente do nível de Esperanto que ele tenha, se ele sabe falar alguma frase ou se ele não sabe falar nada, que ele busque as organizações, que ele busque a BEJO! A BEJO é quem representa essa pessoa, então se ele tem um projeto, que ele apresente para a diretoria seja do estado dele, seja a diretoria nacional, que ele diga: “eu quero tocar isso, eu quero propor esse tipo de coisa, esse tipo de atividade, eu quero fazer esse evento aqui, eu quero dar aulas de Esperanto, fazer um grupo de estudos de Esperanto”, existe espaço para todas as áreas acadêmicas, para todos os tipos de jovens, para os mais variados interesses, então nós temos muito interesse em trazer essas pessoas para o nosso ativismo e ouvir essas pessoas. Então quando o jovem se organiza dentro do movimento esperantista, está engajado dentro da juventude, ele fortalece o nosso movimento da maneira mais eficaz possível, porque as ações individuais, por mais que elas sejam boas, elas devem ser institucionalizadas. Só as organizações de Esperanto fortalecidas conseguem trazer impactos reais e efetivos para o nosso movimento. Então procura a BEJO, procura a Liga Brasileira de Esperanto, apresente suas ideias, pega cargo nas comissões, participe das discussões, vá para os eventos e pega atividade. Não seja um esperantista passivo! Não seja um esperantista que cria uma relação de clientelismo, muitas vezes as pessoas, inclusive entendem a minha função dentro das diretorias como a função de em parte de status de “nossa, mas assim, o fulano de tal” e não é! Ou do outro lado, de forma adversa, pensam que é uma função de clientelismo, que eu trabalho apenas para eles e eu devo servi-los, e não, nós estamos todos construindo! Você tem que estar num lugar em que eu estou agora! Você tem que assumir a presidência um dia! Você tem que assumir uma diretoria um dia, pegar um cargo numa comissão, porque é isso que faz o nosso movimento ser forte. Existem mais de 300 mil pessoas que se engajaram no Duolingo, que aprenderam Duolingo na língua portuguesa, Duolingo português-Esperanto e isso só foi possível graças a um time da BEJO. Majoritariamente da BEJO, então a coordenadora foi vice-presidente da BEJO, o principal revisor e tradutor do curso Duolingo era o nosso coordenador de redação, então essas pessoas que estão por trás dos grandes feitos do nosso movimento e fortalecer as instituições é preciso, é OBRIGATÓRIO, eu diria, para toda pessoa que quer contribuir para o nosso movimento!

[Helena]: Muito obrigada, Querino por participar do nosso podcast! Vou abrir aqui um espaço para considerações finais, caso você queira agradecer ou acrescentar mais alguma coisa. Mas de antemão também vou colocar aqui minha pontuação para que entrem na BEJO, a gente escreve BEJO como “b-e-j-o”, né? “/bêjo/” ou “bêio” e é isso aí!

[Querino]: Obrigado Helena, parabéns pela iniciativa, acho que isso de fato faz com que nós tenhamos mais amplitude, que nós consigamos potencializar as nossas vozes, é sempre uma honra falar para quem quiser ouvir, acho que isso, pelo menos um pouquinho da pouca trajetória que eu tenho. Eu espero que isso possa inspirar as pessoas a nos procurarem, a procurar nossas ações e eu estou disponível a todo e qualquer jovem que quiser ser ouvido. Minhas redes sociais estão aí, né? Eu tenho inclusive redes sociais profissional @falecomquerino lá no Instagram onde eu compartilho conteúdo sobre oratória, enfim, mas eu sempre respondo as pessoas, eu sempre estou disponível para que as pessoas possam apresentar suas ideias. E estou disponível para tocar junto com essas pessoas, não apenas para apreciar e dar o parecer, mas também arregaçar as mangas e fazer as coisas acontecerem de verdade. Então eu aprecio jovens idealistas que têm projetos e sonhos e metas que querem tocar essas coisas junto com a BEJO. E fica aí o convite para que me procurem nas redes sociais.

[Helena]: Querino, pode ter certeza que você não só inspirou como inspira muitos jovens a entrarem no movimento e participar ativamente do Esperanto. Bom, a gente fica por aqui com a entrevista com Querino, mas não percam, vai ter episódio novo todo mês e podem deixar sugestões de quais temas vocês gostaria de ouvir, fiquem atentos ao Instagram da BEJO, é @bejoesperanto e até a próxima!